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Pitch Perfect: todos os continentes

12 Jun

Como prometido, seguem os outros capítulos do projeto Pitch Perfect, uma empreitada da Nike com a revista Fader. É com extremo orgulho que publicamos essa série de mixes no blog. Sinal de que o global guettotech vai muito bem, obrigado. Tudo junto, misturado e pós-moderno. E aí, qual a sua mixtape preferida?

Nike Sportswear x The FADER’s Pitch Perfect Mixtape #6: Africa by Spoek Mathambo

Tim Turbo f. Spoek Mathambo and Gnucci Banana, “Linyora” (SA)
DJ CNDO, “Terminator” (SA)
DJ Mujava f. DJ Menace, “Tshwara” (SA)
BB Ramazani, “Fouka Fouka” (Cote D’ivoire)
Dirty Paraffin, “Aha” (SA)
Pastor Mbhobho, “Ayobaness” (SA)
Shanaka, “2010 Fooball” (Cote D’ivoire)
Spoek Mathambo, “Mshini Wam” (South Africa)

Nike Sportswear x The FADER’s Pitch Perfect Mixtape #5: North America by Chief Boima

Los Rakas, “Abrazame (Uproot Andy Remix)” (United States/Panama/Canada)
Mr. OK, “Poto Mitan” (Canada/Haiti)
M.anifest, “Swing Low” (United States/Ghana)
Tabi Bonney, “Tick… Tick” (United States/Togo)
Toy Selectah, “Half Colombian-Half Mexican Bandit” (Mexico)
Dubbel Dutch, “Throwback” (United States)
Kush Arora, “Humidifier Jammer Club Edit” (United States)
Rita Indiana, “Poderes” (United States/Dominican Republic)
Theophilus London, “Don’t Be Afraid” (United States/Trinidad and Tobago)

Nike Sportswear x The FADER’s Pitch Perfect Mixtape #4: Asia by DexPistols

Gaines & Mr.Q, “Fly High (M.S.K. Remix)” (Japan)
Clash the Disko Kids, “Aneurysm (Nando Remix)” (Singapore)
iLoop, “Day” (China)
Tigerstyle f. Vybz Kartel, Mangi Mahal & Nikitta, “Balle! Shava! (Sinden Remix)” (India)
DexPistols, “Bird of Paradise (Lapsap & Goldfish Remix)” (Japan)
Balkan Beat Box, “Balkumbia (Sub Swara Remix)” (Israel)

Avalanches, “Summer Crane”
POND, “Mussels Tonight?”
Bell Towers, “Scavengers”
Tame Impala, “The Bold Arrow of Time”
Canyons, “Blue Snakes”
Tortoiseshell, “This Girl”
Nike Sportswear x The FADER’s Pitch Perfect Mixtape #2: Europe by Sinden

Sinden & WAFA, “Afrodizzier” (United Kingdom)
Gregor Salto & Mokoomba, “Messe Messe (Afro Dub)” (Netherlands)
Bok Bok, “Dance Report” (United Kingdom)
Canblaster, “No 23″ (France)
Bambounou, “Nappyhead” (France)
Jamtech Foundation, “Too Fast (Zombie Disco Squad Remix)” (Sweden)
El Hijo de la Cumbia, “Soy El Control” (Argentina)
Petrona Martinez, “Un Nino que Llora en los Montes de Maria (King
Coya & Axel K Remix)” (Colombia/Argentina)
Choc Quib Town, “Somos Pacifico” (Colombia)
Fauna, “El Gauchito Gil” (Argentina)
Princesa, “Aqui Ilego Princesa (Frikstailers Remix)” (Argentina)
Samba de Coco Raízes de Arcoverde, “Ê Boi (Maga Bo Remix)” (Brazil)
Lucas Santtana, “M’Bala” (Brazil)
Digitaldubs Sound System, “O Arrego feat. Biguli” (Brazil)
Systema Solar, “Bienvenidos” (Colombia)
King Elio Boom, “El Fulo” (Colombia)
Jahdan Blakkamoore, “Earthshaking” (Guyana)

Pitch Perfect: South America

1 Jun


Legal esse Pitch Perfect, projeto da Fader com a Nike. O primeiro volume foi curado pelo Maga Bo e tem como foco a América do Sul. O Maga Bo, você sabe, é um dos grandes nomes do global guettotech.

Nike Sportswear x The FADER’s Pitch Perfect Mixtape #1: South America by Maga Bo

El Hijo de la Cumbia, “Soy El Control” (Argentina)
Petrona Martinez, “Un Nino que Llora en los Montes de Maria (King
Coya & Axel K Remix)” (Colombia/Argentina)
Choc Quib Town, “Somos Pacifico” (Colombia)
Fauna, “El Gauchito Gil” (Argentina)
Princesa, “Aqui Llega Princesa (Frikstailers Remix)” (Argentina)
Samba de Coco Raízes de Arcoverde, “Ê Boi (Maga Bo Remix)” (Brazil)
Lucas Santtana, “M’Bala” (Brazil)
Digitaldubs Sound System, “O Arrego feat. Biguli” (Brazil)
Systema Solar, “Bienvenidos” (Colombia)
King Elio Boom, “El Fulo” (Colombia)
Jahdan Blakkamoore, “Earthshaking” (Guyana)

Ainda vão rolar mais cinco mixtapes, cada uma representando um continente. Fique ligado para edições contemplando Europa, América do Norte, Asia, Australia e África.

Global Guettotech #1 – Maga Bo

3 Aug

maga bo 2

O norte-americano Maga Bo, radicado no Rio de Janeiro há 10 anos, é considerado um dos principais figuras do movimento global ghettotech. No contexto das contorções digitais de hip hop e dub, Bo amassa batucada, rai, capoeira, bhangra, cumbia e batidas eletrônicas num quebra-cabeça sem fronteiras.

Sempre na estrada, Maga Bo passa semanas conhecendo e colaborando com músicos e vocalistas locais. Os metodos são simples e eficazes: armado com um laptop e um microfone, qualquer quarto de hotel em qualquer lugar do mundo se transforma num estudio de gravação. Nessas condições, Maga Bo já gravou com: Xuman, do grupo de hip-hop Pee Froiss, de Dakar, Senegal; Teba e Max Normal, da Cidade do Cabo; Mr. Catra, BNegão e Marcelo Yuka, do Rio; Kalaf, do Buraka Som Sistema, de Lisboa; os marroquinos Bigg e K-Libre; Filastine, de Barcelona.

magabo

Suas apresentações ao vivo se dão tanto em gigs de guerilla (complexos industriais em São Paulo, barcos no Mar Báltico ou em sistemas de som improvisados em pleno carnaval do Rio), quanto nos importantes Club Transmediale em Berlin, The Sydney Festival, na Australia, Fabric, em Londres, Turntables on the Hudson, em Nova Iorque, The Chicago World Music Festival, Pop Montreal, no Canadá e o Clandestino Festival, na Suécia.

Maga Bo feat. Mohammed Issa Matona – Longa Nahawand

Global Guettotech #0

23 Jun

E a Cheetah inaugura mais uma sessão aqui no blog, dessa vez sobre global guettotech. A cada semana, terça-feira para ser mais exato, um nome chave desse tão polêmico gênero musical estará sendo dissecado pela macaca. Mas pra começar, vamos voltar ao tempo e postar como introdução uma matéria escrita pelo Camilo Rocha para a Folha de São Paulo em janeiro do ano passado, talvez o primeiro texto sério sobre o assunto no Brasil. Para ilustrar, a Cheetah toma a liberdade e incorpora alguns vídeos no post.

“Globalistas” buscam sons periféricos

DJs como Diplo, Manga Bo e Dolores misturam ritmos que vão do hip hop norte-americano ao dancehall jamaicano.

Inspirados nos sons mais urbanos das periferias, artistas negam que trabalhos tenham como fonte inicial a “world music”.

CAMILO ROCHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
(15.01.08
)

A maioria dos DJs costuma direcionar seus ouvidos para algumas poucas mecas musicais do Primeiro Mundo, como Nova York, Londres, Berlim e Paris. Nesta década, porém, emergiu uma nova categoria, a dos DJs “globalistas”, que viajam muito mais longe em suas garimpagens musicais.

Nomes como Diplo, DJ Dolores, Maga Bo, DJ/rupture, Ghislain Poirier e Wayne&Wax constroem sets incrivelmente variados, que podem ter hip hop americano, tecno alemão ou electro francês, mas também soca de Trinidad, rap marroquino, funk carioca, kuduro de Angola, dancehall jamaicano, o grime das Cohabs londrinas ou a cumbia colombiana.

A exposição desses ritmos “periféricos” já influencia artistas em diferentes esferas como a banda Bloc Party e os DJs/ produtores Simian Mobile Disco e Samim (que teve um dos hits do ano com “Heater”, no qual juntou cumbia com tecno). Depois tem o fenômeno da anglo-cingalesa MIA, a primeira popstar a sair dessa tendência e que lançou neste ano o elogiado álbum “Kala”.

Seria tudo isso uma nova roupagem para o desgastado termo “world music”? Ao conversar com a Folha por telefone, o DJ e produtor canadense Ghislain Poirier, que acaba de lançar o álbum “No Ground Under” pelo selo Ninja Tune (da dupla inglesa Coldcut), nega: “World music é mais exótico, os sons que tocamos são mais urbanos. Eles vêm de um cenário comum: pessoas sem muito dinheiro, fazendo música em estúdios caseiros ou num laptop. É algo mais urgente”.

Graças a um maior acesso à internet e à tecnologia, em todo o mundo há uma proliferação sem precedentes dos sons das periferias dos países, boa parte deles com fortes bases eletrônicas e criados em laptops ou PCs surrados, muitas vezes com softwares piratas, e divulgados via blogs, sites e sets dos DJs “globalistas”.

O DJ e MC americano Wayne&Wax, que também é etnomusicólogo, batizou o movimento de “global ghettotech”. “Inventei essa frase para descrever uma estética emergente entre certos DJs e blogueiros, onde se mistura gêneros “globais” como hip hop, tecno e reggae, entre outros, com estilos “locais'”, explicou Wayne à Folha. “Mas sou contra a abordagem superficial e modista. Gosto de conhecer os contextos sociais e culturais que moldaram esse sons”, esclarece.

Pioneiros

Um dos “globalistas” pioneiros é o DJ/rupture, de Boston, EUA, que primeiro chamou a atenção com uma mixtape (set mixado) chamada “Gold Teeth Thief”. O set deu tanto o que falar que figurou entre os dez melhores lançamentos de 2002 da prestigiosa revista musical inglesa “The Wire”.

Por meio de seu blog e programa de rádio “Mudd Up!”, Rupture transmite uma mescla insana de ritmos de várias partes. Um de seus interesses especiais é a música maghrebi, do norte da África. “Estou descobrindo [também] o mundo da cumbia – existem muitas cenas fascinantes, do passado e do presente”, conta o DJ.

O selo de Rupture, Soot, deve lançar em alguns meses o álbum de estréia de outro nome importante da cena “globalista”: Maga Bo, um americano de Seattle que mora no Rio desde 1999. Maga Bo já trabalhou com brasileiros como BNegão, MC Catra, Marcelo Yuka, Marcelinho da Lua e Digitaldubs.

No ano que vem, ele deve começar a dar aulas sobre produção digital na sede do AfroReggae, em Parada de Lucas, no Rio. No momento, está em Addis Ababa, capital da Etiópia, gravando com músicos locais e pesquisando música etíope.

“Batidas eletrônicas são o campo onde todo mundo pode se entender. O computador, que já foi chamado do primeiro “instrumento folk universal”, está cada vez mais acessível. O volume de música que pode ser encaixada nesse “global ghettotech” está aumentando no mundo. A morte das gravadoras tradicionais e o crescimento da distribuição de música na internet estão ajudando essa popularização”, conta Maga Bo.

Já o DJ Dolores, representante brasileiro mais conhecido dessa tendência, diz que “os computadores são os tambores de hoje, um instrumento primal que cada um pode usar do seu jeito”. Em 2004, Dolores ganhou o prêmio de melhor DJ na categoria “Club Global” da Radio One, da BBC inglesa. Dolores acaba de chegar de vários shows pelos EUA e México e no ano que vem deve lançar o álbum “Um Real”.

Diplo é o nome mais conhecido dessa safra de DJs/produtores. Esse americano de 29 anos foi um dos principais divulgadores do funk carioca no exterior. Ex-namorado de MIA (cujo primeiro álbum ele co-produziu), Diplo tocou recentemente no Tim Festival.

Ele acredita que é importante retribuir as culturas locais. Através do projeto Heaps Decent, ele vem fazendo música com jovens aborígenes de um centro de detenção de menores da Austrália. Faixas devem sair em breve, em parceria com o selo australiano Modular.

“Já que essas subculturas, de certa forma, me ajudam a ganhar a vida, fiz algo para ajudar seu desenvolvimento”, explica. “Nos próximos meses, espero fazer o mesmo na favela do Cantagalo, no Rio, com a ajuda do AfroReggae e do [antropólogo] Hermano Vianna.”